Pular para o conteúdo principal

Senado apronta o Grande Golpe da Telefonia






Renan Calheiros (PMDB-AL) e Jorge Vianna (PT-AC), os articuladores finais da entrega dos bens públicos. Manobra inclui bloquear votação no plenário do Senado
Patrimônio de R$ 105 bi, que segundo a lei deve ser restituído ao país em nove anos, pode ser doado a três mega-empresas. Parlamentares impedem debate e preparam presente
Por André Forastieiri, no R7

MAIS:
Leia a nota da Coalizão Direitos na Rede, que detalha a trama dos senadores e propõe luta para anulá-la
Está acontecendo nesse exato momento o maior golpe no bolso do brasileiro desde – bem, talvez desde sempre. Segundo o Tribunal de Contas da União, pode chegar a R$ 105 bilhões. Isso faz o prejuízo da Petrobras pelas mãos das empreiteiras e políticos envolvidos na Lava-Jato, de R$ 20 bilhões, parecer fichinha.
Para você ter uma idéia, dá para pagar quatro anos de Bolsa Família. Ou dá para cobrir os R$ 72,5 bilhões do rombo da Previdência da União em 2016 (e ainda sobra uma graninha boa, mais de trinta bi). Segundo outras fontes, talvez seja menos – só uns quarenta bilhões. Muito, muito dinheiro de qualquer jeito. Vamos dar um apelido fácil de lembrar? Que tal chamar de “Operação Oi”?
Essa trama começa em junho. Quando a Oi entrou com o maior pedido de recuperação judicial do país, no valor de R$ 65 bilhões. Poucos dias depois saíram as primeiras reportagens sobre uma possível “mudança regulatória” nas regras do setor das telecomunicaçoes, que o governo estudava para “estimular a economia”. Foi uma das primeiras iniciativas na área econômica de Michel Temer, então ainda presidente interino. O responsável era o Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab.
O que essa “mudança regulatória” propõe?
TEXTO-MEIO
Pela lei vigente no Brasil, quando os contratos das Teles terminarem, em 2025, elas têm a obrigação de devolver parte do seu patrimônio físico à união, patrimônio que elas vem usando e administrando desde a privatização. São antenas, cabos, torres, instalações, redes e milhares de imóveis. É patrimônio do país, não das teles.
Mas com a nova lei essa dinheirama toda vai ficar com as empresas. Em troca, elas se “comprometem” a investir valor equivalente. Me engana que eu gosto… isso aí é uma iniciativa do governo para viabilizar uma “operação salvação” da Oi. As outras teles também saem ganhando: Claro, Vivo, Algar e Sercomtel. Mas sem esse alívio bilionário, investidor nenhum vai botar dinheiro na Oi, esse buraco sem fundo. E tem muita gente interessada em salvar Oi. Interesse próprio, principalmente.
Sem essa ajudinha do governo com o patrimônio público, a Oi quebra definitivamente. O que rende mais uma investigação tão complicada quanto a própria Lava-Jato.
A operação é tão escabrosa que a população não sabe nem exatamente o quanto é o tamanho da tunga. Reportagem de Felipe Frazão na Veja, esse final de semana, cita um valor de R$ 20 bilhões, e mais R$ 20 bilhões em perdão de multas das Teles. Mas o TCU fala de R$ 105 bilhões, depois de fazer uma auditoria.
Apesar dos valores gigantescos, o Projeto de Lei da Câmara foi aprovado sem alarde na Comissão Especial de Desenvolvimento Nacional, semana passada. Já ia seguindo para Michel Temer sancionar. Um grupo de senadores tentou barrar, liderado por Vanessa Graziotin. Queriam que a nova lei vá ao plenário para ser discutida e votada. A secretaria-geral da mesa do Senado acaba de jogar fora a iniciativa deles. O patrono dessa nova lei no Senado, aliás, é Renan Calheiros, que surpresa…
Mais uma vez, Brasília age na calada da noite. Aprovam leis importantíssimas na correria, sem o Brasil nem entender o impacto delas. Nesse caso, sem as leis nem chegarem a serem votadas em plenário. Vale lembrar que no dia onze de outubro, o Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, disse o seguinte sobre a Oi: “Nós temos duas premissas: trabalhar para que não haja intervenção e não haverá injeção de dinheiro público [no processo de recuperação da empresa]”.
Impedir esse assalto ao Brasil requer uma pressão popular muito grande. Na véspera desse Natal de carestia, com tudo que os brasileiros têm que enfrentar, e um assunto complicado desses, resistir é muito difícil. Eles contam com nossa desatenção, nosso desalento. E mantêm o discurso de que é preciso o povo fazer sacríficios, que os juros continuem altos, que é fundamental cortar o investimento nos estudantes, dos velhos, dos aposentados, dos deficientes…
O que deve ser feito?
De cara é preciso parar tudo, até que a gente saiba exatamente qual é o valor. Existe uma diferença enorme entre R$ 105 bilhões, o valor dado pelo TCU, e R$ 20 bilhões, que é o que valor deste patrimônio segundo o governo. Vamos entender esse valor direitinho. Depois disso que se debata, que se analise, que se vote. Paralisação imediata da “Operação Oi”. E já!


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Um exemplo

Bom dia meu amigo, tudo bem? Sou Mateus Macabu, Asessor do Vereador Wellington Santos, quero passar pra você uma breve prestação de contas do Mandato do Vereador. O vereador Wellington Santos representa 24,37% das matérias em debate na Câmara Municipal de Casimiro de Abreu. Temos 08 Leis em execução no Município, como a Lei n. 2248/2022 e a Lei 2249/2022, a primeira que garantiu acesso da rede de Wi-Fi para todos os usuários do nosso Hospital, a segunda garante a isenção do IPTU a templos religiosos em forma de comodato ou aluguel. Dentre as 179 indicações na Câmara Municipal, temos dezenas executadas, como a Indicação n. 946/2021 que criou o grupamento da Romu em Casimiro de Abreu, trazendo mais segurança para nossa população, a Indicação n. 474/2023 que criou o Comitê de Segurança Escolar, com vários segmentos da nossa Sociedade, em um momento que vivíamos de grande apreensão nas Escolas. Somos o único Vereador que possui Gabinete Avançados para atender a população, sendo 01 em C

O mito da caverna de Platão se aplica à hipnose midiática atual e a sua influência manipuladora nas massas carentes de uma temática própria.

O mito da caverna, de Platão O mito da caverna conta que alguns prisioneiros vivem, desde o nascimento, acorrentados numa caverna, passando todo o tempo a olhar para a parede do fundo da caverna, que é iluminada pela luz duma fogueira. Nesta parede aparecem as sombras de estátuas de pessoas, de animais, de plantas e de objetos, mostrando cenas e situações do dia-a-dia. Os prisioneiros dão nomes a essas sombras e ficam analisando e julgando as situações. Se um desses prisioneiros se desvencilhasse das correntes para explorar a caverna por dentro e o mundo por fora, conheceria a realidade e perceberia que passou a vida analisando e julgando apenas sombras, imagens projetadas por estátuas. Quando saísse da caverna e entrasse em contato com o mundo real, se encantaria com os seres de verdade, com a natureza real. Ao voltar para a caverna, ansioso pra passar o seu conhecimento adquirido fora da caverna para os outros prisioneiros, seria ridicularizado. Os prisioneiros que não conh

Nathaniel Townsley Live at Triple