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Parábola do Banquete Nupcial

Parábola do Banquete Nupcial

Jesus voltou a falar-lhes em parábolas e disse: “O Reino dos Céus é semelhante a um rei que celebrou as núpcias do seu filho. Enviou seus servos para chamar os convidados para as núpcias, mas estes não quiseram vir. Tornou a enviar outros servos, recomendando: Dizei aos convidados: - Eis que preparei meu banquete, meus touros cevados já foram degolados e tudo está pronto. Vinde às núpcias! Eles, porém foram unânimes em não darem a menor atenção, desculpando-se: O primeiro disse-lhe: - Comprei um terreno e preciso vê-lo; peço-te que me dês por escusado e foi para o seu campo. Outro disse: - Comprei cinco juntas de boi e vou experimentá-las; rogo-te que me dês por escusado; indo imediatamente para o seu negócio. Outro disse: - Casei-me, e por essa razão não posso ir; indo para a sua casa. Os restantes, agarrando os servos, os maltrataram e os mataram. Voltando, um servo relatou tudo ao senhor. Diante disso, o senhor ficou indignado. Em seguida, disse aos servos: As núpcias estão prontas, mas os convidados não eram dignos. Ide, pois, às encruzilhadas, as praças e ruas da cidade e convidem para as núpcias todos os que encontrardes; introduzindo aqui os pobres, os estropiados, cegos e os coxos. E esses servos, saindo pelos caminhos, reuniram todos os que encontraram; maus e bons, de modo que a sala dos convidados ficou repleta.

“Pois eu vos digo, que nenhum daqueles que haviam sido convidados provará o meu jantar.” Só que, quando o rei entrou para examinar os convidados, viu ali um homem sem a veste nupcial e disse-lhe: - Amigo, como entraste aqui sem a veste nupcial? Ele, porém, ficou calado. Então disse aos que serviam: Amarrai-lhes os pés e as mãos e lançai-o fora, nas trevas exteriores. Ali haverá choro e ranger de dentes”. “Com efeito, muitos são chamados, mas poucos escolhidos”. “Se alguém vem a mim e não odeia seu próprio pai e mãe, mulher, filhos, irmãos, irmãs e até a própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!”

Pesquisando, li que no Oriente era costume por ocasião das festas nupciais que o chefe da casa, pai do noivo, entregasse a cada convidado seu uma veste preciosa, de um tecido finíssimo e bordada a mão com fios de ouro. O símbolo material e profano de um casamento, onde o êxtase da carne se encontra nestas festividades, através das músicas, das bebidas e dos relacionamentos, tem como simbolizado o êxtase espiritual, ilustrado na escolha dos seres finitos com Deus, através de uma boda nupcial e de uma veste especial. O critério e a escolha são feitos, no entanto, pelo dono da casa, - o que é compreensível. Entretanto, se não fores convidado, não podes entrar. Essa é a “Constituição Espiritual”, segundo a qual, só os escolhidos e receptivos ao convite podem fazer parte do banquete; que não procede de nenhum ambiente privilegiado por condição social, dogma religioso, teologia eclesiástica, doutrina moral ou filosofia místico-espiritual; onde, os convidados se achem tão auto justificados, que desprezem e esnobem o convite ante os seus importantes e inadiáveis afazeres terrenos.

Então, como entrara esse homem? Ou por conta própria, ou apresentado por alguém, ou por alguma instituição, que o pré-qualifica compulsoriamente como conviva ante esse convite. Assim, fingia ele, através de sua premissa exterior, estar, onde internamente não podia entrar e nem ficar.

Nesse banquete de núpcias só é idôneo aquele que se encontre ornado de uma veste especial, nova e imaculada, dada como dom gratuito pelo senhor da casa para a festa de núpcias do seu filho. Logo, os trajes profanos, tecidos por humanos não habilitam ninguém a entrar e nem estar presente à boda nupcial do senhor.

O caminho aqui demonstrado como meio e condição é o de dentro para fora, não, o de fora para dentro, pois a sacralidade encontra-se no Eu espiritual, não, na racionalidade conceitual teológica, doutrinária e egótica.

A veste é essencialmente uma “Graça”, e como tal, é de graça!

A iniciação no reino dos céus não é alguma coisa velha que irá se transformando aos poucos em nova, mas um novo início, uma iniciação. Não se trata de consertar o antigo, reformar, corrigir e emendar a “roupa velha” do homem com um remendo de tecido novo, tornando-o assim, menos profano. Não há barganhas para merecê-la, pois, se nos lembrarmos dessa máxima: “num tecido velho, não se faz um remendo com tecido novo”, pois o velho não resistirá... Logo, não se agregam incompatibilidades!

Depois que o homem vivencia essa experiência mística em Cristo, ele não mais necessita crer, agora ele sabe! Transforma o senso do dever compulsório numa consciência de querer espontâneo. A antiga ética moral de “fazer o bem” passa a ser a mística de “ser bom”, pois fazer o bem não é um dever, mas sim um privilégio. O sacrifício do “eu devo” se converte no radiante impulso íntimo do “eu quero”. E esse radiante “eu quero” da ética espontânea, que nasce das profundezas da alma do “ser bom”, é a alvejante túnica da alma, uma veste nupcial recebida de presente do seu divino Esposo.

Assim, o ser que se denomina cristão, por pertencer a uma congregação, que tem como base em sua teologia a reforma moral, que possui uma qualidade escrita por homens, lida por olhos que não possuem as qualidades espirituais intrínsecas, imaginadas por mentes oportunistas, que fazem delas meios de autopromoção, poder e de vida, e, por corações estéreis de compaixão e amor ao próximo, jamais será um ser Crístico por ser cristão, mesmo após ter diminuído os seus defeitos de cobiça, luxúria e pretensão de virtuosidade, acrescentando apenas novas virtudes conceituais de que tomou conhecimento em seu meio doutrinário e religioso.

Para o Senhor da casa, importa apenas que ele “nasça de novo pelo espírito”, que se torne ao todo uma nova criatura em Cristo Jesus, como nos diz Paulo de Tarso. Donde concluo que o cristianismo não é um movimento ético-moralista, mas, sim de uma experiência mística unicamente.

Espero que não confundam experiência mística com misticismo.

 A encarnação do Cristo em Jesus é um fato permanente, não, um acontecimento histórico, revelado em seu contexto.

Nele, que já veio para aqueles a quem escolhe para a sua boda nupcial!

J. Alfredo Bião

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