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A direita mostra os dentes. Como (re)agir?

            Defesa da intervenção militar é, também, um sinal de que o golpe parlamentar esgotou-se. Resta saber quem dará resposta à frustração e raiva da maioria Por  Antonio Martins  | Vídeo:  Gabriela Leite  | Imagem:  Rubem Grilo O fantasma da intervenção militar esvoaçou sobre o Brasil esta semana. O general Martins Mourão, da ativa, prometeu na sexta-feira passada “derrubar este troço todo”, se o Congresso e o Judiciário não retirarem de cena “esses elementos envolvidos em todos os ilícitos”. Seus superiores – o comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas e o ministro da Defesa, Raul Jungmann – recusaram-se a puni-lo. Em São Paulo, a Rota, tropa mais brutal da PM, fez exercícios de repressão política, simulando uso de munição real, em plena Avenida Paulista. Uma nova sondagem pré-eleições presidenciais mostrou Jair Bolsonaro consolidado em segundo lugar, abaixo apenas de Lula e à frente de todos os conservadores tradicionais. Como tem sido comum há meses, muitos, en

Estamos já em plena ditadura civil?

Leonardo Boff -  24/09/2017 às 00h01 O que vivemos atualmente no Brasil não pode sequer ser chamado de democracia de baixíssima intensidade. Se tomarmos como referência mínima de uma democracia sua relação para com o povo, o portador originário do poder, então ela se nega a si mesma e se mostra como farsa. Para as decisões que afetam profundamente a todos, não se discutiu com a sociedade civil, sequer se ouviram movimentos sociais e os corpos de saber especializado: o salário mínimo, a legislação trabalhista, a previdência social, as novas regras para a saúde e a educação, as privatizações de bens públicos fundamentais como é, por exemplo, a Eletrobrás e campos importantes de petróleo do pré-sal, bem como as leis de definem a demarcação das terras indígenas e, o que é um verdadeiro atentado à soberania nacional, a permissão de venda de terras amazônicas a estrangeiros e a entrega de vasta região da Amazônia para a exploração de variados minérios a empresas estrangeiras. Tu

Como a direita radical espreita a América do Sul

Os desafios cruciais da era Uber

  Como evitar que sejamos todos obrigados a leiloar nosso trabalho, por preços e condições cada vez rebaixadas? Criando plataformas alternativas? Ou exigindo ação do Estado? Por Frank Pascuale, no Boston Review of Books | Tradução: Inês Castilho | Imagem: Hieronymus Bosch, Inferno, 1490 (detalhe) Resenha de dois livros: Platform Capitalism Nick Srnicek Polity Books, $49.95 (cloth), $12.95 (paper) Ours to Hack and to Own Trebor Scholz and Nathan Schneider OR Books, $17 (paper) Imagine acordar todo dia aflito por ver se venceu o leilão pra fazer seu trabalho. Na noite anterior, você se inscreveu numa plataforma de trabalho – um site tipo TaskRabbit [em que profissionais oferecem serviços eventuais, sem nenhum direito ou vínculo empregatício] – e por precaução pediu uma remuneração relativamente modesta, ao mesmo tempo em que concordava com uma lista de regras impostas pelos patrões. Qualquer pessoa ao redor do mundo pode concorrer ao emprego. Você espera que seu de

Pagamento de doleiro para a mulher de Sérgio Moro é contundente

Somos todos Espártaco

Um livro recente revela: globalização tornou a riqueza e o poder tão concentrados como nos tempos de Roma antiga. Mas há gente — inclusive entre a esquerda — empenhada em dizer que o problema são os “populismos” Por  Nuno Ramos de Almeida No ano 73 antes do nascimento de Cristo, e 106 anos antes da sua crucificação, o gladiador Espártaco liderou uma revolta de escravos que fez tremer Roma. Quase um terço da população da bota italiana era constituída por escravos. A insurreição aguentou dois anos e foi afogada num banho de sangue pelas tropas dirigidas pelo cônsul romano Marco Licínio Crasso. Foram crucificados seis mil escravos para servirem de exemplo de que qualquer veleidade de liberdade seria esmagada com sangue. No seu livro  Global Inequality: A New Approach for the Age of Globalization , tal como na sua obra  Ter ou Não Ter , o economista norte-americano de origem sérvia Branko Milanovic faz uma espécie de apanhado da riqueza comparativa de Crasso com os plutocratas de

A discreta emergência dos Bancos de Tempo

POR    VALERIE VANDE PANN –  ON 11/08/2017 CATEGORIAS:  ALTERNAT IVAS ,  CAPA ,  COMPORTAMENTO ,  DES IGUALDADES ,  MUNDO ,  PÓS- CAPITALISMO ,  SOCIEDADE ,  UNCATE GORIZED                               Em meio a um capitalismo que produz cada vez mais desigualdade e dominação,   surge um sistema, não mercantil e igualitário, para trocar serviços e desalienar parcialmente o trabalho Por  Valerie Vande Panne  | Tradução:  Inês Castilho  | Imagem: Vanessa Van Gasselt Vivemos numa sociedade capitalista. Os bancos estão por toda parte, e frequentemente parece que não pode haver vida sem dinheiro e crédito. O abismo entre os que têm e os que não têm aumenta. E a desigualdade econômica explode em toda parte. Mas surgem, aos poucos, alternativas. Em muitos lugares, as pessoas estão usando um sistema de trocas que requer algo que todos, de alguma maneira, têm igualmente, e sempre: o Tempo. Como oferecer ou trocar tempo? Por meio de um banco de tempo. A