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Mostrando postagens de julho, 2020

Você está reclamando do que mesmo?

·   Imagine por um momento que você tivesse nascido no ano de 1900. Quando você tinha 14 anos, começa a Primeira Guerra Mundial e termina apenas quando você tem 18 anos, deixando 22 milhões de mortos. Um pouco depois, aparece uma pandemia mundial, a Gripe Espanhola, matando 50 milhões de pessoas. E você está vivo, com 20 anos de idade. Aos seus 29 anos, você sobrevive à crise econômica mundial que começou com a queda da Bolsa de Nova York, causando inflação, desemprego e fome. Quando você está com 33 anos, o Nazismo chega ao poder. Quando você está com 39, começa a Segunda Guerra Mundial e termina quando você já tem 45 anos, com 60 milhões de mortos. No Holocausto, morrem 6 milhões de judeus. Quando você está com 52 anos, começa a Guerra da Coreia. Quando você está com 64, começa a Guerra do Vietnam e termina quando você já tem 75 anos. Uma pessoa que nasceu em 1985 por exemplo, pensa que seus avós não têm a menor ideia de como a vida é difícil, sem sa

Verdade Absoluta...

  Segundo a tradição taoista não existe uma verdade absoluta que possa transformar alguém de forma compulsória, pois, tudo depende da qualidade de quem a recebe. Ou seja: “Se o sujeito errado usar o método certo, ainda assim o método certo dará errado”. Nos mosteiros taoistas chineses os monges residentes recebem todas as noites monges peregrinos que não possuem uma morada fixa, nem a garantia de uma cabaça com alimento antes de adormecerem. Entretanto, para que possam usufruir destes benefícios terão que vencer um debate sobre o Caminho do Tao com os donos dos mosteiros. Caso consigam vencê-los terão direito ao pernoite e a uma cabaça com alimentos, porém, dia seguinte terão que continuar o seu caminho. O motivo dessa norma, é que o vencedor pode ser um ser dotado de um poder de articular bem as palavras, exprimir suas idéias com desenvoltura e, assim vencer na argumentação por ter o dom da retórica. Porém, não é o detentor da verdade! Essa verdade pode estar mais próxima

O Outro vem antes do eu

Jean Paul Sartre consagra esta proposta acima com uma historinha do “buraco da fechadura”. Segundo ele, para que melhor você possa entender o que ele reflete. A historinha é a seguinte: tem um casal fazendo uma sacanagem gostosa dentro de um quarto. Você está fora do quarto, ouve os gemidos e olha pelo buraco da fechadura para ver melhor o que está acontecendo. Por um momento, a cena que você vê galvaniza toda a sua atenção. Agora, a sua consciência está completamente plasmada na cena.  Isso quer dizer o que? Isso quer dizer que nesse momento a sua consciência não tem espaço para mais nada, a não ser para a cena. Para entender isso melhor, procure lembrar-se dos melhores filmes que já assistiu. Alguns foram tão bons que você não se deu conta de forma consciente de que estava no cinema. O fato de você estar no cinema não entra na sua consciência porque você está 100% no filme. Tanto que quando o filme acaba, acende a luz e você leva um tempo para voltar a si. Voltar a in

A Parábola do Mordomo Infiel

    “Disse Jesus aos seus discípulos: havia um homem rico cujo administrador foi acusado de dissipar seus bens. Então, chamando-o disse: Que é isto que ouço de ti? Dá contas da tua administração, porque já não poderás ser meu administrador. O administrador disse consigo: Agora que farei? O meu senhor me tira o emprego. Cavar não posso, e mendigar tenho vergonha. Eu sei o que hei de fazer, para que, quando for demitido da administração, me recebam em suas casas. Chamando a si cada um dos devedores do seu senhor, disse ao primeiro: Quanto deve ao meu senhor? Ele respondeu: Cem batos de azeite. Disse-lhe: toma a tua obrigação, e assentando-te depressa, escreve cinquenta”. Disse depois ao outro: E tu quanto deves? Cem cores de trigo. Disse-lhe: Toma a tua obrigação, e escreve oitenta. Louvou aquele senhor o injusto administrador por haver procedido prudentemente. Pois os filhos deste mundo são mais prudentes na sua geração do que os filhos da luz. Eu vos digo: “Granjeai amigos co

Vivenciando a assimetria entre o verdadeiro e o falso, concluo...

Seria melhor começar dando um exemplo para melhor tentar definir. Vamos imaginar que você pegue uma afirmação de que todo cisne é branco.   Aí você viu um cisne, dez cisnes, cinquenta cisnes, todos brancos, mas, você ainda assim não consegue fazer a afirmação de que todos os cisnes são brancos. Por quê? Porque sempre haverá a possibilidade do quinquagésimo primeiro não ser; se for o milionésimo, o milionésimo primeiro pode não ser também. Sempre haverá a possibilidade da água não ferver aos cem graus. Logo, você percebe que o falso é muito mais presente, saltitante, visível e fácil de encontrar do que o verdadeiro, pois sempre pairará a suspeita da falseabilidade.  Essa assimetria entre o verdadeiro e o falso você encontra entre o bem e o mal. Vou dar um pequeno exemplo: vamos imaginar que você saia e dê cinco reais a um mendigo e várias pessoas o observem nesta ação. Alguém dirá: fez o bem? Discutível, afirmará outro. Está patrocinando a mendicância e contribuindo para que ess