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Mostrando postagens de setembro, 2020

Uma “reforma” para devastar o serviço público

  Por   Graça Druck 1 ,   Samara Reis 2   e   Emmanoel Leone 3 , da   Remir MAIS: Este texto abre uma parceria entre  Outras Palavras  e a  REMIR – Rede  de Estudos e Monitoramento sobre a Reforma Trabalhista . Constituída por dezenas de pesquisadores – sociólogos, economistas, cientistas políticos e filósofos – de diversas instituições, a REMIR tornou-se referência na produção de estudos de excelência sobre Trabalho. É um prazer tê-la em nossas páginas Nas últimas semanas, intensificou-se a ofensiva da grande imprensa, em editoriais e artigos de instituições empresariais e seus porta-vozes, alertando para a “crise fiscal” e clamando pela “reforma administrativa” do governo. Com o uso de informações distorcidas e manipuladas, sentencia-se que o Estado está inchado e os servidores públicos ganham muito. Manifestos de empresários, economistas ultraliberais e parlamentares alinhados com o capital financeiro, saíram na defesa da Emenda Constitucional 95, que congelou os gastos sociais por

EUA: a democracia resistirá à desigualdade brutal?

  Por  David F. Ruccio 1 | Tradução:  Eleutério F. S. Prado As pessoas nas ruas estão começando a dizer “basta”. Chega de desigualdade, chega de inexistência de perspectiva que o futuro possa ser melhor  ( Paul Mason ,  Capital no século XXI ). Não estamos todos juntos! Estou quase farto de ouvir o refrão: “Estamos todos juntos!”. Digo quase, porque acho que há um viés utópico nessa frase, que tem sido muito repetida na atual pandemia. Ela fala de solidariedade, do viver em comum, de prestar atenção e homenagear os profissionais de saúde assim como outros que atualmente trabalham em atividades “essenciais”. Apesar disso, todos nós somos orientados a ficar em casa. Nesse sentido, esse refrão pressupõe – ou pelo menos aspira – que se pense em cuidar mais e melhor dos outros. No entanto – e é por isso que estou ficando cansado –, a expressão serve para desviar a nossa atenção e para encobrir as desigualdades obscenas que afligem a sociedade americana. Estou me referindo não apenas à desig

Hora de mudar as regras da economia

  Por   Joseph Stiglitz , no   Financial Express   | Tradução:   Simone Paz  |Imagem:   Satoshi Kambayashi O Covid-19 não é um vírus que dê oportunidades iguais: ele persegue as pessoas de saúde debilitada e aquelas cuja vida diária as expõe a um maior contato com outros. Isso significa que ele persegue desproporcionalmente os pobres, especialmente aqueles de países pobres; ou de economias avançadas como os Estados Unidos, mas onde o acesso à saúde não é garantido. Uma das razões pelas quais os EUA foram afetados pelo alto número de casos e de mortes se deve ao fato de terem um dos piores padrões de saúde na média entre as principais economias desenvolvidas — exemplificado pela baixa expectativa de vida (menor agora do que era até sete anos atrás) e os mais altos níveis de disparidades de saúde No mundo inteiro, há diferenças marcantes na forma como a pandemia foi gerida, tanto em termos de sucesso dos países na preservação da saúde dos seus cidadãos e da economia, como na magnitude da

Clipping Internacional - 27/09/2020

  Créditos da foto: A adoção de memes apocalípticos é um sintoma de sociedades hiperconectadas em perigo. (Ilustração de Max Loffler) A INFORMAÇÃO NÃO É MERCADORIA, É UM BEM PÚBLICO. Venha se somar aos mais de 100.000 leitores cadastrados. CADASTRE-SE 1 - NOTÍCIAS INTERNACIONAIS SOBRE O BRASIL EXPORTAÇÕES.  Exportações brasileiras para os EUA caem 32% e déficit comercial dispara. A política de reaproximação de Bolsonaro com Trump não se traduz em benefícios econômicos para o Brasil. Trocas com a China, ao contrário, crescem 6%. A parceria de que se gabam os governos Jair Bolsonaro e Donald Trump não se refletiu, na prática, na relação comercial entre o Brasil e os Estados Unidos.  (El País, Espanha) |   bit.ly/3i9aZDs INVESTIMENTOS.  Queda acentuada do investimento estrangeiro direto no Brasil. O gigante latino-americano sofreu uma queda de 40% neste ano. Além dos efeitos devastadores da pandemia, o governo está lutando para restaurar a confiança dos investidores, em um cenário de dese