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Os abutres

Siro Darlan Na semana em que um juiz de Curitiba mandou prender e soltar em menos de seis horas um ex-ministro da República fui procurado por um jornalista, famoso por fazer suas reportagens em cima da desgraça alheia com prejulgamentos sem se preocupar com o devido processo legal, agindo como se fosse um “tribunal de exceção” que primeiro escolhe as vítimas para depois encontrar os fatos. O que desejava o “investigador midiático”? Indagava a razão porque eu havia concedido liminar em habeas corpus a uma moça da favela da Rocinha concedendo-lhe a liberdade e depois revogara minha própria decisão para decretar sua prisão. Respondi que a soltura se dera por excesso de prazo razoável para a prolação da sentença em sede liminar, e que quando levava o processo para julgamento no colegiado sobreveio uma sentença condenatória, a qual, por se tratar de título novo, o habeas corpus deveria ser julgado prejudicado e a liminar cassada, como efetivamente o foi com expedição de mandado de

Intelectuais assinam nota pública contra abusos da Lava Jato

Documento critica conduta de juiz Sérgio Moro com Lula e Mantega Jornal do Brasil Mais de 100 personalidades – a maioria economistas e professores universitários – assinaram uma nota pública contra as arbitrariedades da Operação Lava Jato. “Ano a ano, cidadãos brasileiros invisíveis são conduzidos coercitivamente a depoimentos – ou algo pior – sem serem intimados pela justiça”. De acordo com a nota, a prisão do professor, economista e ex-ministro da Fazenda Guido Mantega “levou o arbítrio a novos limites". “A fragilidade da acusação e a desproporção da ação tornaram-se ainda mais evidentes por causa de sua coincidência com a presença do acusado em um centro cirúrgico, acompanhando a esposa enferma. O professor e economista Guido Mantega deu mostras de dedicar-se à coisa pública de modo republicano”. O documento também criticou a exposição arbitrária do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no episódio de sua condução coercitiva. “Quem vai limitar a arbitrariedade

O Ministério Público - Uma cauda que abana cachorro...

Sobre a honestidade de quem critica a Lava Jato. Eugênio Aragão “Praecepta iuris sunt haec: honeste vivere, alterum non laedere, suum cuique  tribuere” (Ulpiano ) “Os preceitos do direitos são estes: viver honestamente, não lesar a outrem, dar a cada um o que é seu. ” (Ulpiano) “Disse o Senhor Procurador-Geral da República por ocasião da posse da nova presidente do STF, Ministra Carmen Lúcia, que se tem “ observado diuturnamente um trabalho desonesto de desconstrução da imagem de investigadores e de juízes. Atos midiáticos buscam ainda conspurcar o trabalho sério e isento desenvolvido nas investigações da Lava Jato ”. Visto a carapuça, Doutor Rodrigo Janot. E lhe respondo publicamente, por ser esse o único meio que me resta para defender a honestidade de meu trabalho, posta em dúvida, também publicamente, pelo Senhor, numa ocasião solene, na qual jamais alcançaria o direito de resposta. O Senhor sabe o quanto tenho sido ostensivamente crítico da forma de agir es

Leonardo Boff: Dez possíveis lições após o impeachment

2/09/2016 15:50 A primeira lição é resistir, aprender dos erros e derrotas e dar a volta por cima. Isso implica severa autocrítica, nunca feita com rigor pelo PT. Leonardo Boff Seguramente é cedo ainda para tirar lições do questionável impeachment que inaugurou um nova tipologia de golpe de classe via parlamento. Estas primeiras lições poderão servir ao PT e aliados e aos que amam a democracia e respeitam a soberania popular, expressa por eleições livres. Os que detém o ter, o poder e o saber  que se ocultam atrás dos golpistas se caracterizam por não mostrar  apreço à democracia e por  se lixar pela situação de gritante desigualdade do povo brasileiro.   A  primeira  lição é alimentar resiliência, vale dizer, resistir, aprender dos erros e derrotas e dar a volta por cima. Isso implica severa autocrítica, nunca feita com rigor pelo PT. Precisa-se ter claro sobre que  projeto de país se quer implementar.   Segunda  lição: reafirmar a democracia, aquela que