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O Walter Sobral escreve criticando a opinião de
alguns que apoiam o atual governo, aqueles que defendem a Petrobrás e os que
desconsideram a nota dada pela agência de risco MOODYS.
Walter
Sobral escreve:
"VEJA ESTÁ ERRADA, A GLOBO ESTÁ ERRADA, TB A ISTO É, A
ÉPOCA, O FINANCIAL TIMES, A FORBES, O NEW YORK TIMES, A MOODYS E TODAS AS
DEMAIS AGENCIAS DE RISCO... ENFIM: É UM COMPLÔ MUNDIAL CONTRA A GANG DO
PT"...
Walter,
O fato de existirem vários meios de
comunicação não significa que sejam independentes de quem precisa veicular em
massa na mídia uma nova imagem de um partido ou de um governo. Assim fizeram
com o governo de Fidel Castro, Salvador Alhende, João Goulart, Sadan Hussein,
Hugo Chaves e outros tantos conhecidos. Todos de certa forma chegaram ao poder
com a ajuda dos mesmos que os derrubaram, só que havia interesses comuns numa
determinada qualidade momento, que se tornaram antagônicos em outra.
Quando
criaram alianças para manterem os seus vínculos comerciais intactos, com a possibilidade
de associarem-se, foram armados e ajudados a assumirem a chefia em seus países,
porém, para se manterem no poder precisaram ouvir o povo e unir-se a ele,
tornando-se assim, um governo popular. Isso, não faz parte dos planos de nenhum
país capitalista e imperialista, que gosta de impor a sua forma de governar e
manter intacto os seus acordos comerciais. Logo, amigo Walter, a história se
repete com o mesmo modelo: polarizando a política em apenas dois partidos, o
que apóia o governo, com inclinação popular e a oposição a esse, comprometido
com a elite e os meios de comunicação comprados pelo país interessado em mudar
o controle governamental. Isso está acontecendo na Venezuela, na Argentina e no
Brasil. Por isso, eu digo: não se trata de contarem verdades, apenas de
atenderem aos interesses dos grandes oligopólios que os bancam. Logo, toda a
versão com intenção foge a verdade, por isso, deve ser sempre questionada por
ser apenas uma informação refutável, como qualquer outra.
Transmitir conhecimento esbarra num problema conceitual grave: o
conhecimento é uma faculdade intelectiva, logo, ele não se transmite. Ele é uma
produção individual de cada ser racional. O que você transmite é apenas
informação, nunca conhecimento. E essa, só serve para os outros refutarem
sempre. O científico não é o verdadeiro, mas, o refutável! É aquilo que alguém
pode demonstrar que está errado. A postura será correta quando a investigação
crítica for permanente, assim, toda a crítica pressupõe o conhecimento profundo
do objeto criticado.
Atualmente, a "menor idade" coletiva não precisa mais
se dar ao trabalho de pensar, pois outros já se encarregaram disso, dessa
tarefa desagradável. Todos que possuem a "maior idade", sempre em
grande minoria, advertirão ao maior número o quão perigoso é o passo em direção
a "maior idade"... Hoje são os "Personal Training" da
psique, dos de "menor idade", que costumam dizer: não diga isso sem
ler aquilo, não faça isso sem a orientação de um desses ou daqueles... Ou seja,
todos falarão sobre os riscos que se corre em se ter uma opinião baseada na sua
própria experiência de vida. A sua autonomia de pensamento tem que descer pelo
ralo para dar lugar a uma genérica e midiática opinião coletiva do rebanho. É a
agenda pública, que através do espaço público midiático nos informa o que
devemos pensar e como devemos pensar nos deixando apenas a possibilidade de
sermos a favor ou contra. Criar algo novo, através de alguém que tenha uma
opinião digna de ser considerada, nem pensar...
Passar dessa "menor idade" para a "maior
idade" não poderá ser sem quedas, é o que tento advertir. Com tantos
tutores midiáticos, sei o quanto fica difícil aceder à “maior idade”. A
"menor idade" converte-se então em uma natureza, numa obviedade,
incapaz de se servir por conta própria, pelo entendimento, porque nunca te deixaram
tentar e se possível, nunca deixarão.
Vivenciar o processo do crescimento democrático que atualmente
estamos vivenciando, requer uma liberdade de se querer em primeiro lugar, para
então ter a liberdade de fazer o que já se quer. Logo, a vontade é a única
condição! Pois, se eu preciso querer para então ser livre, é óbvio que eu não
posso ser livre para querer. É por ai que somos conduzidos, pois os desejos e
as vontades não estão subjugados ao racionalismo intelectual, logo o desejo
pelo o que te falta é parte da estratégia midiática de venda para gerar uma vontade
de se obter. Uma vez obtido o objeto do desejo, ele morre de forma suicidaria,
dando lugar para colocarem outro no espaço deixado por ele. No passado, na
época dos meus avôs, a mídia filosófica era mais aristotélica, pois contemplava
amarmos aquilo o que já possuímos e não aquilo que nos faltava, - platônica.
Hoje, estamos tão descartáveis que abdicamos de planejar algo
para um determinado futuro com os mesmos conceitos e instrumentos para isso,
pois em um dado momento aquilo que era objeto do seu desejo futuro já se
encontra obsoleto e não serve de referencial ao seu propósito. A meta para um
caminho projetado antes, transformou-se em caminhos que são as únicas metas que
possuímos ainda, de forma líquida, devido a sua falta de concretude e
cristalização conceitual. Condenados pela falta de um passado, como acervo de
referência vivenciamos hoje a orfandade psicológica e solitária de propósitos
futuros. Acrescentaram aos terapeutas e psicólogos pessoais, mais uma cadeira:
psicólogos sociais, que possuem a função específica de orientar a opinião
pública a favor de algo, alguém ou algum propósito através dos meios de
comunicação de massa. Estes são pagos pelos grandes veículos de comunicação.
Essa é apenas uma observação que não pode ser considerada, pois os motivos já
foram explicados anteriormente acima. Está no texto, só não consta do contexto,
sob pretexto...
José Alfredo Bião Oberg
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