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O Cristianismo ajudará a Besta


Caio Fábio

Se Jesus não tivesse dito que Seu reino não é deste mundo, então teríamos que dizer que o Cristianismo venceu.
O Cristianismo se tornou uma poderosa potestade deste mundo. A mais poderosa delas.
De fato, quando se tornou religião no quarto século, o Cristianismo entrou num mundo no qual nenhuma religião, até então, havia penetrado com tanta força.
Nesses dois mil anos de dominação cristã no Ocidente vimos “uma fé”, aliás, a fé ser diluída, corrompida, deformada, e metamorfoseada em outra coisa que nega a essência original.
Não é apenas uma questão de forma, trata-se de algo muito mais visceral ainda, e que penetra o âmago daquilo que um dia foi a fé em Jesus.
Foram dois mil anos de busca desenfreada do poder, de privilégios, de controle de reis e de príncipes, de usos e abusos da máquina pública em seu próprio favor, sempre aliando-se ao lado que haveria de vencer. O Cristianismo sempre encontra um meio de abençoar o tirano—pode até reagir no início, mas sempre se rende depois.
E foram todas as intervenções que o Cristianismo fez. Desde bênçãos, aos mais macabros projetos de “conquistas”, às mais inconcebíveis perseguições dos direitos individuais, sempre em nome de sua moral cristã, supostamente superior à do resto da humanidade.
No nível individual, o sexo foi o “demônio” eleito pelo demônio da “igreja” para sofrer as punições em lugar dos demais demônios, muito mais verdadeiros, e que se fantasiaram de cardeais, arcebispos, bispos, sacerdotes e pastores a fim de se esconderem... enquanto faziam suas próprias maldades contra o próximo. “Controle” é a palavra. Controle dos homens pelo medo, pelas punições eternas e temporais; e controle pela manipulação da devoção, transformando o medo em piedade, e os terrores eternos em suposto temor a Deus.
O maior golpe de todos foi a instituição da “Igreja” como representante dos desígnios divinos na Terra. Conseguiram essa façanha no passado e continuam a conseguir até hoje.
É impressionante, mas o povo pensa que aqueles carinhas vestidos de sacerdotes, pastores, bispos, ou de qualquer outra fantasia sacerdotal... representam Deus.
O povo crê... e isso é que é trágico e engraçado.
No Brasil atual, vemos uma das mais sofisticadas formas de expressão dessa força do Cristianismo em plena manifestação. É verdade que esse Poder Maior gerou — até pela inveja e pelo desejo de obter parte de seu poder — uma legião de filhotes da mesma natureza. Todavia, para quem gosta de ver e admitir a força dos fenômenos históricos, não há como negar que a Igreja Universal do Reino de Deus é a maior e mais sofisticada forma de adaptação do Cristianismo aos poderes deste mundo. Está vencendo a Igreja Católica. Também já deixou pra trás todos os concorrentes americanos.
É uma máquina. Máquina como nunca antes se havia criado. Máquina de comunicação, de manipulação do sagrado, de venda de favores divinos, de acorrentamento das pessoas ao poder que reside no “Lugar”, e de transformação do rebanho num “rebanho”.
Se as coisas continuarem assim...
Bem, o Cristianismo crescerá apenas nos lugares onde ele já está presente, pois seu atrelamento aos poderes políticos é tão profundo que já não lhe resta a isenção que é filha da sinceridade para com o Evangelho — e só pra com o Evangelho — a fim de compartilhar o Evangelho do Reino com as nações da Terra.
Também nesse sentido, devemos dizer que os evangélicos conseguiram o que sempre desejaram: ser mais poderosos.
Hoje pode-se dizer que os evangélicos têm poder. E aqui eu não estou preocupado em separar nada dentro desse pacote. Não há mais porque separar uma coisa da outra, dividindo o grupo em subgrupos, etc. De fato, é tudo a mesma coisa, e o que os une é a fixação pelo poder.
Sei que um monte de gente fica irritada com tais generalizações... mas não vou mais fazê-las: na hora do “vamos ver”, todos tocam e dançam a mesma música. São iguais.
Poder nos Estados Unidos e poder na Inglaterra... E muito poder no Brasil.
Hoje em dia os Estados Unidos e o Brasil são das duas máquinas políticas dentro das quais o Cristianismo tem seu maior poder.
O problema é que Jesus disse “...o meu reino não é deste mundo...”
Então, assim estamos, cheios de influências, próximos do poder, usufruindo dele, fazendo barganhas, levando vantagem, enriquecendo, assustando o mundo com a nossa falta de caráter, e nos tornando parte da Grande Babilônia.
O que acabei de dizer o fiz com responsabilidade. Quem desejar, que me julgue em alguns anos. Estou dando a cara para apanhar.
Repito: o Cristianismo é parte da Grande Babilônia, ajudará a Besta, e se unirá em voz ao Falso Profeta.
A Igreja que sobreviverá a tais tempos é a mesma que sobreviveu em todos os tempos: aquela que é salva pela terra quando a fúria do Dragão se manifesta:
“...então a terra salvou a mulher que estava para dar a luz...” diz o Apocalipse.
A verdadeira Igreja é salva porque ela não está tão disponível assim aos sentidos históricos, como fenômeno. Sabe-se dela, mas ela não sucumbiu à fixidez das forças do poder. Daí ela estar presente, porém com grande capacidade de se espalhar pela Terra.
A verdadeira Igreja é hebréia... está sempre em movimento... não se deixa prender por nenhuma estrutura. A verdadeira Igreja usa circunstancialmente essas “coisas”, mas não se deixa usar por elas. De fato, ela não as usa... ela as sobrevive.
A verdadeira Igreja sabe que quanto mais poder tiver entre os homens, menos poder terá no Espírito.
A verdadeira Igreja sabe que o poder fica perfeito na fraqueza.
A verdadeira Igreja quer se parecer com Jesus, e não sonha para si nenhum futuro de conquista da Terra e de seus poderes.
O Cristianismo venceu... É um “case” de total sucesso. Seu patrono deveria ser Maquiavel.
Quem quiser ser discípulo, siga a Jesus de Nazaré. O único problema é que com Ele a gente não aprende as maldades tão necessárias para que se possa ser um líder cristão bem-sucedido.
Quem sabe o ideal seja o nome de Jesus para enganar e Maquiavel para ser o mentor.

Um abraço,
Caio

P.S: Fique atento, pois, amanhã, Quarta-feira, você terá uma grande oportunidade de entender melhor o que é fazer parte da verdadeira igreja e ser verdadeiro discípulo de Jesus.

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Comentários

  1. Hoje, nas cidades do interior os candidatos políticos a vereadores estão dentro das congregações, e por elas, lançados como um selo de garantia de poder, proteção e crescimento em Cristo, Jesus. Pergunto: como tratar o púlpito como palanque? Como tratar o adversário político como um irmão? Como atender pedidos de possíveis eleitores sem considerar a possibilidade de estar garimpando votos ou barganhando favores? Como ajudar ao próximo sem esperar um retorno? Logo, não vejo como podem agregar incompatibilidades...

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