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Os procuradores que agem para acobertar Bolsonaro

  Grupo se autodenomina “MP Pró-Sociedade”, mas protege os disseminadores de fake-news, ajuda a insuflar ódio contra a esquerda e chega a obrigar prefeitos a comprar cloroquina – e médicos da rede pública a receitá-la. Veja como atuam Outras Mídias Direita Assanhada por  The Intercept Brasil Publicado 05/11/2020 às 18:25 - Atualizado 05/11/2020 às 18:26 Por  João Filho , no  The Intercept Brasil Há duas semanas, escrevi sobre a Anajure, um grupo formado por juristas evangélicos com alto poder de influência sobre o governo Bolsonaro. Agora, escrevo sobre o MP Pró-Sociedade, um grupo de procuradores conservadores alinhados ao bolsonarismo e à ideologia de extrema direita dominante no país. O grupo foi fundado um mês após a eleição do Bolsonaro. O nome já é de uma bizarrice sem tamanho, “pró-sociedade”, como se fosse possível cogitar um MP contra a sociedade. Mas, por trás dessa bizarrice, há um projeto claro de apoio jurídico ao bolsonarismo mesmo diante das suas maiore

E se a direita brasileira também escorregar?

A derrota de Trump aproxima-se e Bolsonaro pode fracassar nas capitais, em 15/11. Uma nova conjuntura estará aberta. Para não desperdiçá-la, vale examinar em detalhes a relação entre governo, neofascismo e grande poder econômico   OutrasPalavras Crise Brasileira por Graça Druck e Luiz Filgueiras Publicado 05/11/2020 às 21:40 - Atualizado 05/11/2020 às 22:14  | Imagem: Benedetto Cristofani  MAIS: O texto a seguir é parte do livro O Brasil nas trevas: do Golpe Neoliberal ao Neofascismo Editora Boitempo, formato eletrônico, disponível aqui Título original do artigo: “O governo Bolsonaro, o neofascismo e a resistência democrática”     Introdução Mesmo antes do término das eleições de 2018 estava claro que, independentemente de quem ganhasse, havia sido construído no país um movimento político-ideológico de caráter neofascista que, embora tendo Jair Bolsonaro como símbolo e representante maior, já evidenciava certa autonomia em relação ao seu chefe. Esse tipo de movimento (e sua i

O Brasil a um passo do isolamento total

Possível derrota de Trump deixará órfã a política externa indigente de Ernesto Araújo. País desperdiçará, além disso, enorme oportunidade de ser contraponto às políticas agressivas que Biden provavelmente manterá Outras Palavras Crise Brasileira por  Marcelo Zero Publicado 03/11/2020 às 14:25 Por Marcelo Zero Emerso de brumas medievais, nosso ponderado chanceler declarou, na recente formatura do Instituto Rio Branco, que o Brasil é pária mundial e que deve ostentar essa honrosa condição como uma medalha. Ficamos um tanto surpresos. Ignorantes que somos dos tortuosos silogismos do tomismo diplomático, que hoje domina corações e mentes da alta cúpula do Itamaraty, pensávamos que o objetivo maior da política externa, de qualquer política externa, era o de manter boas relações com todos os países e fortalecer o prestígio e o protagonismo de um Estado no cenário mundial. Estávamos redondamente enganados. Ou melhor, estávamos “plenamente” equivocados. Ensina-nos o chanceler pré-iluminista qu

MP denuncia Flávio Bolsonaro e Queiroz no caso das "rachadinhas"

Promotores acusam filho do presidente da República de liderar uma organização criminosa que recolhia parte do salário de assessores na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.         Flávio Bolsonaro teria usado parte do dinheiro para pagar mensalidades O Ministério Público (MP) do Rio de Janeiro denunciou à Justiça o senador Flávio Bolsonaro, o assessor dele Fabrício Queiroz e mais 15 pessoas por organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e apropriação indébita entre os anos de 2007 e 2018, no caso conhecido como "esquema das rachadinhas". O inquérito corre desde 2018 e investiga uma trama de corrupção que, segundo o Ministério Público, era liderada por Flávio quando ele era deputado na Assembleia Legislativa do Rio. A denúncia contra o filho mais velho do presidente da República foi ajuizada em 19 de outubro e encaminhada nesta terça-feira (03/11) ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Os investigadores sustentam que o hoje senador recolhia parte do salário d

Fuga de capitais e o fiasco de Guedes

Governo prometia atrair investidores com “reformas”, mas até capital especulativo se retira em massa do país. Reservas internacionais, cruciais em crises, começam a ser liquidadas. Ficam a recessão e o desemprego Outras Palavras   Mercado x Democracia por  José Álvaro de Lima Cardoso : Publicado 26/10/2020 às 16:03 - Atualizado 26/10/2020 às 16:07   Desde 2019 o Brasil enfrenta a chamada “fuga de capitais”. Nos primeiros oito meses deste ano US$ 15,2 bilhões deixaram o país, o maior volume para o período desde que o Banco Central começou a realizar essas estatísticas, em 1982. Ao mesmo tempo, investidores estrangeiros retiraram R$ 88,2 bilhões da Bolsa brasileira de janeiro a 29 de setembro, o dobro do registrado em todo o ano passado. No Brasil não há controle de entrada e saída de capitais externos (quarentena ou um tipo de pedágio para o capital que entra no país). O que é típico de país atrasado. Aqui na América Latina o Chile tem, na Ásia, a Malásia dispõe. Seria f

O plano da pandemia que nunca existiu

  Sábado, 24 de outubro de 202 Hélio Rodak é um leitor do Intercept. Em maio deste ano, ele procurou o sistema de acesso à informação do governo federal com um pedido simples: uma cópia do plano nacional para tratar os efeitos sanitários e econômicos da pandemia de covid-19. Começava naquele dia uma saga que se estendeu pelos quatro meses seguintes, até culminar com o governo pego na mentira.  Agora, Rodak resolveu dividir o que descobriu com a gente. Seu pedido foi feito, primeiro, à Presidência da República; de lá, foi direcionado à Casa Civil. A primeira resposta do governo Bolsonaro veio no dia 8 de junho: algumas das informações que Rodak pediu seriam "documentos preparatórios". Assim, não poderiam ser fornecidos – naquele momento, a pandemia já havia matado quase 40 mil brasileiros. A Casa Civil argumentou que seria preciso aguardar a "edição do ato decisório" para que as informações pudessem ser disponibilizadas "devido ao risco de frustrar a própria fin

Quatro chaves para pensar a primavera chilena

Como o projeto neoliberal e a ultradireita voltaram a ser batidos na América do Sul. Que o resultado diz à esquerda brasileira. Quais os obstáculos à frente e as chances uma mudança real, a partir da Constituinte Outras Palavras  Movimentos e Rebeldias por  Antonio Martins Publicado 26/10/2020 às 21:03 - Atualizado 26/10/2020 às 21:25 Quem crê que há, na cena internacional, uma tendência irresistível à direita; e que, portanto, a paralisia da oposição brasileira diante de Bolsonaro é compreensível, precisa examinar com atenção as urnas e a ruas em festa, em Santiago. Uma semana depois dos bolivianos e um ano depois dos argentinos, foi a vez dos chilenos rechaçarem nas urnas as duas facções da direita – a ultra capitalista e a protofascista. A convocação de uma Constituinte exclusiva, a ser eleita em seis meses, não expressa apenas o repúdio à Constituição imposta, em 1980, pela ditadura militar liderada pelo general Pinochet. Marca também o rechaço ao neoliberalismo, esta espécie de  d