Posted: 11 Oct 2012 01:15 PM PDT
ALTAMIRO BORGES -A SIP (SOCIEDADE INTERAMERICANA DE IMPRENSA)E OS JORNALISTAS "INGÊNUOS"De 12 a 16 de outubro, em São Paulo, os barões da mídia do continente participam da 68ª Assembleia da Sociedade Interamericana de Imprensa. Muitos jornalistas, por ingenuidade ou má-fé, ainda afirmam que a SIP é um bastião em defesa da liberdade de expressão e do livre exercício profissional. Por Altamiro Borges* Uma rápida pesquisa sobre a sua sinistra história serviria para enterrar tais ilusões. Também bastaria acompanhar o que ocorre hoje no jornal El País, presidido por Juan Luis Cebrián, um dos convidados especiais do convescote da SIP. Nesta terça-feira (9), o império midiático espanhol, conhecido na América Latina por seu ódio ao presidente Hugo Chávez, anunciou a demissão de 128 jornalistas. Outros 21 profissionais foram “aposentados”. Na sexta-feira passada, Juan Luis Cebrián já havia sinalizado que baixaria o facão. Ele disse que diante da grave crise que atinge a mídia na Espanha – nos últimos anos foram fechados 57 veículos e demitidos 8 mil jornalistas – não daria mais para “seguir vivendo tão bem”. Referia-se aos funcionários, não a ele – lógico. Diante da selvageria patronal, os trabalhadores do El País (jornalista também é trabalhador, apesar de muitos não se imaginarem nesta situação de classe) aprovaram em assembleia a deflagração de uma greve a partir da próxima quinta-feira (18). Dos 464 profissionais do jornal, 282 também anunciaram que não assinarão mais os seus artigos e reportagens. O comitê sindical do El País ainda denunciou Juan Luis Cebrián por “receber honorários de 13 milhões de euros”, em 2011, enquanto "entrega as nossas cabeças”. O paparicado presidente do império midiático espanhol participará no sábado, dia 13, de uma mesa no convescote da máfia da SIP. Ele possivelmente falará que a liberdade de expressão corre risco na América Latina. Pura hipocrisia! Como já ensinou Claudio Abramo, a única liberdade de imprensa que existe nas redações da mídia privada é a do patrão. Pena que muito jornalista brasileiro ainda não se atentou para esta verdade e – como sempre ironiza Mino Carta – ainda chame o patrão de companheiro. Por iniciativa da campanha “Para expressar a liberdade”, do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) e da Frente Paulista pela Liberdade de Expressão (Frentex), será feito um ato “político-festivo” na segunda-feira (15), a partir das 11 horas, em frente ao hotel Renaissance, que sediará a 68ª Assembleia Geral da SIP. Cebrián até poderia ser homenageado como inimigo dos jornalistas e da verdadeira liberdade de expressão. *Altamiro Borges é jornalista, blogueiro e presidente do Centro do Estudos de Mídia Barão de Itararé. Fonte: Blog do Miro |
Posted: 11 Oct 2012 12:13 PM PDT
Uma primeira análise revela: partidos conservadores sofreram forte retrocesso. Estarão desencantados com a democracia? Que rumos tomarão agora?
Por Paulo Moreira Leite, em seu blog
Confesso que o sorriso amarelo dos coveiros de Lula e do PT é um dado preocupante de nosso momento político.
Explico. Nos tempos da ditadura, o grande Ulysses Guimarães, personalidade maior da resistência, dizia que era preciso ouvir a voz das ruas. É que naquele tempo, com a imprensa censurada, os deputados cassados, os partidos reprimidos, o país falava pelas ruas. Eram passeatas, protestos e greves.
Quem ouviu a voz das ruas se deu bem. Percebeu o rumo da história, modificou prioridades, apostou na direção do futuro. Quem não entendeu isso ficou olhando a vida passar pela janela.
A voz das urnas de 2012 é muito clara. Olhe só:
a) o PT recebeu o maior número de votos da campanha. Ou seja: no país inteiro, 17, 3 milhões de brasileiros saíram de casa, há dois dias, para votar em candidatos deste partido; o PSDB teve 3 milhões de votos a menos;
b) o PT ganhou 14% a mais de prefeituras, enquanto o PSDB perdeu 12% e o PMDB perdeu 14%;
c) entre as cidades de mais de 200 000 habitantes, o PT foi melhor que os outros; emplacou 8 prefeitos no primeiro turno e disputará 22 prefeituras em segundo turno; o PSDB, que ficou em segundo, ganhou 6 e disputa 17;
d) entre partidos menores, o PSB cresceu muito. O número de prefeituras aumentou 43%. Vamos lembrar: o PSB não é um partido de oposição nem é neutro. Faz parte da base do governo Dilma e colhe os benefícios do crescimento do Nordeste, acelerado a partir de 2003. A maior vitória do PMDB ocorreu no Rio de Janeiro e envolve uma aliança federal e municipal entre o Planalto e os pemedebistas de Sérgio Cabral e Eduardo Paes. Eles também são aliados de Lula e Dilma. Numa cidade célebre por seu oposicionismo, onde se vaia até minuto de silêncio, a situação teve 64% dos votos.
e) o PSD surgiu hoje como a quarta legenda. Vamos lembrar: quando Gilberto Kassab disse que ia fazer um partido que não era de esquerda nem de direita, ele queria dizer que estava indo da direita para a esquerda – e se aproximava de Dilma. Tomou porrada por isso. Não por uma suposta impureza ideológica.
Estes dados me parecem sólidos o suficiente para dizer quem ganhou a eleição. Em função do segundo turno, é cedo para medir o resultado pelo número final de prefeituras conquistadas. Este aspecto é importantíssimo.
Mas para medir a vontade do eleitor, este é o melhor momento. Todo mundo teve direito de levar sua mensagem a TV, dar porrada, levar porrada, e o saldo está aí.
Voltando à mensagem da rua e das urnas.
Quem não entendia a mensagem da rua, no tempo da ditadura, partiu para a ignorância. O povo dizia que queria democracia e eles até atrapalhavam a abertura lenta e gradual. Matavam presos políticos para criar crises e elevar a tensão. Promoviam atentados terroristas, com a mesma finalidade. Fizeram a bomba do Rio Centro, explodiam bancas de jornal. Assassinaram dona Lida, secretaria da OAB. Infiltravam-se em greves, assembleias, passeatas.
Essa reação criminosa é inaceitável mas pode ser explicada. Incapaz de dar respostas à história, o que dificulta até o dialogo com os próprios filhos, o sujeito procura ressuscitar o passado através de ações criminosas.
É aquela cena de filme de terror classe B em que o morto vivo ressurge de dentro da terra.
Também temos, em 2012, quem não consegue sequer ouvir a voz das urnas.
E isso é um problema?
Eu acho. Não digo que leva o cidadão para o terrorismo. Não obrigatoriamente.
Mas leva ao jogo sujo. Leva a mentira, a trapaça. Por que? Porque a pessoa parou de trabalhar com a realidade, deixou de olhar para aquilo que eu e você podemos ver – e que o números de domingo mostram – para jogar com sua própria fantasia. Não aceita que a maioria dos cidadãos aprove um governo que realizou mudanças modestíssimas, precárias, etc, mas que lhe permite viver um pouco melhor, comer um pouco melhor e assim por diante.
E é da democracia aceitar que a maioria – mesmo a mais humilde, menos educada formalmente – tem o direito de optar por seu destino. É democrático procurar entender o que a maioria diz e pretende. Até para tentar convencê-la a mudar de pensamento, se for o caso.
Quem não enxerga a maioria, não compreende o que ela diz, tem reações autoritárias. Parte para o baixo nível, o jogo sujo, a mentira.
E é este, só este, meu receio para o segundo turno. Negar o que as urnas disseram, há dois dias, é procurar um caminho para a baixaria que todos conhecemos e lamentamos. Ou será que para alguns não há alternativa?
Deu para entender, certo?
|
O mito da caverna de Platão se aplica à hipnose midiática atual e a sua influência manipuladora nas massas carentes de uma temática própria.
O mito da caverna, de Platão O mito da caverna conta que alguns prisioneiros vivem, desde o nascimento, acorrentados numa caverna, passando todo o tempo a olhar para a parede do fundo da caverna, que é iluminada pela luz duma fogueira. Nesta parede aparecem as sombras de estátuas de pessoas, de animais, de plantas e de objetos, mostrando cenas e situações do dia-a-dia. Os prisioneiros dão nomes a essas sombras e ficam analisando e julgando as situações. Se um desses prisioneiros se desvencilhasse das correntes para explorar a caverna por dentro e o mundo por fora, conheceria a realidade e perceberia que passou a vida analisando e julgando apenas sombras, imagens projetadas por estátuas. Quando saísse da caverna e entrasse em contato com o mundo real, se encantaria com os seres de verdade, com a natureza real. Ao voltar para a caverna, ansioso pra passar o seu conhecimento adquirido fora da caverna para os outros prisioneiros, seria ridicularizado. Os prisioneiros que não conh
Comentários
Postar um comentário