Posted: 31 Oct 2012 06:31 PM PDT
O ser humano pode viver de duas maneiras: a natural e a não-natural. A não-natural exerce grande atração, pois é nova, não-familiar e aventureira. Daí, toda criança deve deixar sua natureza e penetrar na não-natureza.
Nenhuma criança pode resistir a esta tentação; resistir a ela é impossível. O paraíso deve ser perdido, e a sua perda está embutida; ela não pode ser evitada, ela é inevitável. E, é claro, somente o ser humano pode perdê-la. Este é o êxtase e a agonia do ser humano, o seu privilégio, a sua liberdade — e a sua queda. Jean-Paul Sartre está certo quando diz: "O ser humano está condenado a ser livre". Por que "condenado"? Porque, com a liberdade, surge a escolha — a escolha de ser natural ou não. Quando não há liberdade, não há escolha. Os animais ainda existem no paraíso; eles nunca o perderam, mas, devido a isso nunca ter acontecido, eles não podem estar conscientes dele e não podem saber onde estão. Para saber onde se está, primeiro deve-se perder o lugar. É assim que o saber se torna possível — ao se perder. Conhece-se uma coisa somente quando ela é perdida. Se ela nunca foi perdida, se ela sempre esteve presente, naturalmente ela é tomada como garantida; ela se torna tão óbvia que a pessoa se esquece dela. As árvores, as montanhas e as estrelas ainda estão no paraíso, mas elas não sabem onde estão; somente o ser humano pode saber.. Uma árvore não pode se tornar um Buda — não que haja alguma diferença entre a natureza interior de um Buda e a de uma árvore, mas uma árvore não pode se tornar um Buda. A árvore já é um Buda! Para se tornar um Buda, a árvore primeiro deve perder a sua natureza, deve se afastar dela. Você pode ver as coisas somente de uma certa perspectiva. Se você estiver muito próximo delas, você não pode vê-las. Aquilo que Buda viu nenhuma árvore jamais viu... está disponível às árvores e aos animais, mas somente Buda fica consciente dele — o paraíso é recuperado. O paraíso existe somente quando ele é recuperado. As belezas e os mistérios da natureza são revelados somente quando você retorna ao lar. Quando você vai contra sua natureza, quando você se distancia de você mesmo, somente então um dia a jornada de volta principia. Quando você fica sedento pela natureza, quando você começa a morrer sem ela, você começa a retornar. Esta é a queda original. A consciência do ser humano é a sua queda original, seu pecado original. Mas sem o pecado original não há possibilidade de um Buda ou de um Cristo.
Osho, em "Vá Com Calma: Discursos Sobre o Zen-Budismo"
Deus É, só passa a existir quando o conscientizamos!...
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O mito da caverna de Platão se aplica à hipnose midiática atual e a sua influência manipuladora nas massas carentes de uma temática própria.
O mito da caverna, de Platão O mito da caverna conta que alguns prisioneiros vivem, desde o nascimento, acorrentados numa caverna, passando todo o tempo a olhar para a parede do fundo da caverna, que é iluminada pela luz duma fogueira. Nesta parede aparecem as sombras de estátuas de pessoas, de animais, de plantas e de objetos, mostrando cenas e situações do dia-a-dia. Os prisioneiros dão nomes a essas sombras e ficam analisando e julgando as situações. Se um desses prisioneiros se desvencilhasse das correntes para explorar a caverna por dentro e o mundo por fora, conheceria a realidade e perceberia que passou a vida analisando e julgando apenas sombras, imagens projetadas por estátuas. Quando saísse da caverna e entrasse em contato com o mundo real, se encantaria com os seres de verdade, com a natureza real. Ao voltar para a caverna, ansioso pra passar o seu conhecimento adquirido fora da caverna para os outros prisioneiros, seria ridicularizado. Os prisioneiros que não conh
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