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A rede Atlas

 


Sábado, 3 de outubro de 2020

 

Nesta semana nós falamos sobre aqueles garotos que iam mudar o mundo. Foram três reportagens que mostraram a verdadeira natureza do MBL: interferindo na imprensa para punir um adversário, rompendo com o bolsonarismo por qualquer outro motivo menos a corrupção da qual Flavio Bolsonaro é acusado, e tramando artimanha ilegais para fundar ser próprio partido. O que o MBL diria sobre o que o MBL andou fazendo.

A newsltetter de hoje é para sugerir que vocês voltem ao passado. Em uma reportagem de 2017, nosso colega do Intercept dos EUA, Lee Fang, mostrou como movimentos estilo MBL foram gestados na América Latina para derrubar governos de esquerda. Quando falo em público sobre o trabalho de Fang, muita gente pensa que é teoria da conspiração. Então leia isso:

“Chafuen cita diversos líderes ligados à Atlas que conseguiram ganhar notoriedade: ministros do governo conservador argentino, senadores bolivianos e líderes do Movimento Brasil Livre (MBL), que ajudaram a derrubar a presidente Dilma Rousseff – um exemplo vivo dos frutos do trabalho da rede Atlas, que Chafuen testemunhou em primeira mão.

“Estive nas manifestações no Brasil e pensei: ‘Nossa, aquele cara tinha uns 17 anos quando o conheci, e agora está ali no trio elétrico liderando o protesto. Incrível!’”, diz, empolgado. É a mesma animação de membros da Atlas quando o encontram em Buenos Aires; a tietagem é constante no saguão do hotel. Para muitos deles, Chafuen é uma mistura de mentor, patrocinador fiscal e verdadeiro símbolo da luta por um novo paradigma político em seus países.”

Alejandro Chafuen é “um argentino-americano, passou a vida adulta se dedicando a combater os movimentos sociais e governos de esquerda das Américas do Sul e Central, substituindo-os por uma versão pró-empresariado do libertarianismo.” Ele comanda a Rede Atlas, uma organização que conseguiu alterar o poder político em diversos países, uma extensão tácita da política externa dos EUA – os think tanks associados à Atlas são discretamente financiados pelo Departamento de Estado e o National Endowment for Democracy (Fundação Nacional para a Democracia – NED), braço crucial do soft power norte-americano.

Escreve Fang: “A rede é extensa, contando atualmente com parcerias com 450 think tanks em todo o mundo. A Atlas afirma ter gasto mais de US$ 5 milhões com seus parceiros apenas em 2016.” Em 2016, vocês sabem, Dilma foi apeada do poder.”

É importante seguir de perto o MBL e não desprezar seu poder de influência. Eles fizeram mais de um milhão de votos na última eleição e seguem com uma máquina de propaganda ativa. Seu candidato a prefeito de São Paulo, Arthur do Val, o Mamãe Falei, vai mal nas pesquisas, mas é o segundo candidato que mais anda bem nas redes sociais, uma arena decisiva, cada vez mais. Tudo o que conhecemos hoje como “gabinete do ódio” foi testato pelo MBL lá atrás – pressão em personalidades, escracho público, mentiras – com treinamento e dinheiro de fora do país. O MBL segue por aí, é parte do futuro da política. Eu sugiro que vocês leiam a reportagem do Lee e depois leiam a nossa série (que está logo aqui abaixo, e que tem áudios). 

Bom final de semana.

Leandro Demori
Editor Executivo

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